O Centro de Memória do Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora tem como principal objetivo geral o registo e arquivo do património imaterial e a construção de uma historiografia contemporânea da comunidade ancorense, do município de Caminha e do distrito de Viana do Castelo.
Fruto desta orientação tem vindo a desenvolver a sua ação procedendo à recolha de testemunhos materiais, gráficos e artísticos, tendo em vista a realização de exposições periódicas. Desta feita procuramos recolher elementos de âmbito municipal e registar acontecimentos relacionados com a passagem da ditadura para a democracia.
Procuramos reter os acontecimentos que marcaram o momento fundador da democracia no município mas, também, registar os testemunhos dos munícipes que viram na mudança de regime sinais inequívocos de progresso e de desenvolvimento do Concelho de Caminha embora a exposição incida sobre os primeiros anos de participação democrática, após o 25 abril de 1974.
O resultado da pesquisa reflete-se na presente exposição que reúne uma multiplicidade de relatos de vivências de atores políticos da época ligados aos vários quadrantes políticos do concelho. Esta exposição comporta o sentir das populações expressas por quem as vivenciou e esteve disponível para connosco partilhar as expetativas geradas pelo final de 5 décadas de Ditadura Salazarista e pelo dealbar da democracia no nosso concelho.
Nesta exposição podemos perceber, igualmente, o ambiente político nas diversas freguesias, as formas de fazer as campanhas eleitorais e as sãs relações estabelecidas entre os elementos das diversas forças políticas.
O Centro de Memória do Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora, ciente de que é da maior relevância a colaboração das pessoas e das instituições, aproveita o ensejo para agradecer e reconhecer a participação muita ativa da comunidade em geral e dizer que queremos continuar a narrar a história deste e de outros momentos da história contemporânea do Vale do Âncora, do Concelho de Caminha e do distrito, através das vozes de quem os viveu.
Finalmente, com esta exposição, muito limitada no tempo atendendo a que se circunscreve aos primeiros três anos após o 25 de abril e, naturalmente, incompleta porque não conseguimos chegar a todos os intervenientes, pretendemos fazer uma primeira abordagem sobre este período histórico de grande relevância política e, concomitantemente, refletir sobre as dificuldades da sedimentação de uma democracia sólida e inequívoca e apelar a uma maior participação de todos na vida democrática concelhia, garante de progresso e estabilidade para a nossa comunidade.