O canal do rio Âncora pelo qual desaguam as suas águas no estuário da Praia das Crianças encontra-se cortado devido às areias da Duna dos Caldeirões, projectadas sobre esta passagem pela influência das ondas e ventos.
A isto juntou-se o fraco caudal do rio, o que não contribuiu para que as águas ultrapassassem os inertes lançados sobre este braço do Âncora.
Dado que aquando das fortes maresias de 2013/14, que fizerem ruir a Duna dos Caldeirões, foi criado um canal alternativo a nascente, a algumas dezenas de metros do curso habitual do rio Âncora, as águas continuam a manter o estuário junto à Av. Ramos Pereira com um caudal satisfatório.
Este assunto foi debatido na última Assembleia Municipal (21/4), após Taxa Araújo ter perguntado ao Executivo camarário se estaria prevista alguma intervenção.
O vereador Guilherme Lagido salientou que no seguimento do "processo de recuperação dunar" encetado após a duna ter colapsado, fora aberto um canal alternativo mais interior, que permitisse escoar o caudal do rio Âncora até à sua foz, o que está a suceder presentemente.
Por tal motivo, este responsável pela área do Ambiente na Câmara de Caminha, disse não haver motivos para "grandes alarmes", atendendo ainda a que a Agência Portuguesa do Ambiente e o próprio Município encontram-se a monitorizar a situação.
Lagido referiu que os fogos florestais contribuem para complicar a situação, porque quando chove muito a bacia hidrográfica fica inundada, e quando há um período de muita seca a areia cobre o canal.
Tendo em vista reforçar a consolidação dunar, está prevista a introdução de geocilindros na sua base, a exemplo do realizado na praia de Moledo, o que tinha constituído a primeira experiência do género na costa atlântica, sublinhou o autarca ancorense.